Hospital de campanha
DIVULGAÇÃO/AGÊNCIA BRASIL

Aumento na ocupação de leitos de UTI pode determinar o retrocesso de Guarulhos às fases anteriores a amarela, ocupada atualmente pela cidade, e impor fechamento de setores do comércio

Em 16 de maio, Guarulhos ainda não contava com os novos respiradores enviados posteriormente pelos governos federal e estadual e nem tinha contratado UTIs dos hospitais da rede privada . A cidade estava cada dia mais perto de um colapso na saúde. Naquela data a cidade chegou a ter uma ocupação média nos hospitais municipais e estaduais de 83,33%. Guarulhos estava numa escalada consistente dos casos graves de covid-19 que mais tarde levaria a uma ocupação total dos leitos de alta complexidade.

Nesta terça-feira (4) o risco de falta de vagas em UTIs voltou a assombrar os guarulhenses. Segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde, a taxa de ocupação de leitos , incluindo os respiradores alugados em hospitais particulares, chegou a 81%. Esse valor é muito próximo àqueles encontrados no dia 16 de maio, durante a escalada da doença e quando a cidade ainda não contava com a infraestrutura atual.

Em transmissão ao vivo, direto do pátio externo do Paço Municipal , o prefeito Gustavo Henric Costa (PSD) manifestou preocupação com os números. "Essa ocupação já começa a preocupar. Se esses números aumentarem e chegarem à casa dos 90%, algo como retroceder à retomada econômica terá que ser feito”, advertiu o prefeitoGuti  destacou também que “a vida pode ficar ainda mais dura” se tiver de adotar maior rigidez na flexibilização para conter a alta da doença, que leva cada vez mais pessoas às UTIs. Na live anterior, na noite de segunda (3), o prefeito havia informado que se a prefeitura não tivesse contratado cerca de 16 vagas de UTI da rede pública a ocupação dos leitos de alta complexidade na cidade estaria perto de 90%. 

Retrocesso

A alta na ocupação de leitos com respiradores ameaça os pacientes que possam precisar desse tipo de tratamento, como foi entre a segunda quinzena de maio e início de junho. Guarulhos, porém, não deixou de atender pacientes graves naquela ocasião e pode contar, a seguir, com novos equipamentos enviados pelos governos federal e estadual, além de contratar vagas adicionais em hospitais particulares, para desafogar as UTIs.

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Dois meses depois, a pressão sobre as vagas de alta complexidade está de volta e ameaça a flexibilização gradual determinada pelo Plano São Paulo. De acordo com os critérios estabelecidos pelo governo estadual, o aumento sustentado da ocupação de leitos de UTI pode impor um retrocesso à reabertura do comércio . Atualmente Guarulhos está na fase amarela , o que permite a reabertura de vários setores da economia, a exemplo da capital e da maioria das cidades que compõem a Grande São Paulo .

Nesta fase desde o dia 13 e mantendo a estabilidade nos índices, a cidade planeja reabrir na próxima semana parques e CEUs. Cinemas, salas de espetáculos, museus e bibliotecas também poderão voltar a funcionar. Há ainda a expectativa de que o Zoológico Municipal reabra ao público em setembro. 

A falta de leitos de UTI, porém, pode decretar o retorno de Guarulhos às fases laranja ou mesmo vermelha, com maiores restrições quanto ao funcionamento dos estabelecimentos comerciais , de lazer e entretenimento. Essa situação aconteceu com a vizinha Itaquaquecetuba, que na atualização do Plano São Paulo, em 2 de junho, caiu da fase laranja para a vermelha.

Outros dados

Enquanto a taxa de ocupação das UTI para tratamento de pessoas com covid-19 saltou de 62,1% para 81%, entre sábado (1º) e esta terça (4), o índice dos leitos de enfermaria teve alta discreta passando de 61,4% para 63,1% no mesmo período. Na última atualização do boletim epidemiológico a Saúde informa que Guarulhos registrou 15.961 pessoas infectadas pelo novo coronavírus e 1.088 mortes decorrentes da doença. Os indicadores de cura estão em 89,6%, enquanto que a letalidade é de 6,8%.

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