“O futebol de Guarulhos tem tudo para evoluir”, diz o guarulhense Mazola
Atacante, hoje no Juventus, da Moóca, entende que falta investimento das empresas
Por Redação iG | Deyvid Xavier |

Marcelino Júnior Lopes Arruda, mais conhecido como Mazola, atacante guarulhense de 31 anos, com passagens por grandes clubes do Brasil , que já disputou as Séries A e B do Campeonato Brasileiro , como São Paulo , Guarani , Figueirense , Ceará , São Bento e CRB , também teve experiências internacionais no Japão , China , Portugal e, um futebol bem menos conhecido do torcedor brasileiro, o do Irã .
O atleta disputou, neste ano, o Campeonato Paulista da Série A-2 e a Copa Paulista pelo Juventus, tradicional time paulista da Moóca, que busca dias melhores não só no cenário estadual como também no cenário nacional.
“Quando voltei para o Brasil, recebi o convite do Alex Alves, à época técnico do Juventus para o Paulistão. Meu cunhado, Diego Sacomam, jogava lá e falou para eu aceitar a proposta e ajudar o time. Eu queria ficar perto da família e, como já tinha ido algumas vezes no Juventus vê-lo jogar, já conhecia algumas pessoas e resolvi aceitar”, disse Mazola.
“O Alex saiu do clube e o Marcel Barbosa assumiu. Ele me ligou a apresentou o projeto para a Copa Paulista. É um elenco que mescla jovens da base com experiência, como o Alê, o Cristian e o Wilson. É praticamente um projeto do zero, então precisamos ter calma. Os garotos da base estão tendo essa oportunidade no profissional. Acredito que dando sequência nesse trabalho, o Juventus pode colher coisas boas lá na frente”, completou o atacante.
FUTEBOL INTERNACIONAL
Mazola teve oportunidade de jogar na Ásia e na Europa. No Japão, em sua primeira oportunidade fora do país, jogou pelo tradicional Urawa Reds. Na China, passou pelo Hangzhou Greentown e Guizhou Zhicheng. Na Coreia do Sul, jogou pelo Jeonbuk Motors, após uma breve passagem pelo Portimonense, de Portugal e, no Irã, pelo Tractor Club.
“Foram experiências positivas. Cada um possui suas características, por sinal, muito diferentes (risos). O futebol japonês foi a minha primeira experiência fora do Brasil, era tudo diferente. Tinha muitos brasileiros nessa época e o futebol era muito técnico e tático, assim como o da Coreia. Já na China, nos dois primeiros anos, estava em evolução. No último ano em que joguei lá encontrei muitos brasileiros, tanto jogadores como treinadores. Já era um futebol de nível internacional. No Irã era um futebol de muito contato, bem diferente. A estrutura me surpreendeu muito, era bem organizado, com estádios lotados", ”contou Mazola.
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O guarulhense também falou das dificuldades nesses centros do futebol. “Fica longe da família! Meu primeiro ano fora foi tranquilo, pois tinham outros brasileiros no time. Já no segundo ano, voltei sozinho e foi mais complicado. Não tinha amigos, a cultura é muito diferente da nossa, a comida também é complicada. Já no Irã eu fui com a minha esposa e foi mais difícil para ela. Eu não podia usar bermuda, as tatuagens chamavam a atenção (risos). Já ela tinha que sair com o véu mesmo se fosse em algum lugar próximo, não podia ir aos jogos, era complicado fazer amizade”, disse.
Já em Portugal, Mazola não teve grande destaque jogando pelo Portimonense, mas as experiências fora do país foram importantes para o atleta ter uma visão diferente sobre os modelos táticos do futebol que, para ele, estão mais avançados que no Brasil.
“Fui para Portugal através do meu empresário à época. Acabou não dando certo e segui minha carreira sem vínculo com ele. Voltei ao Brasil e fui muito feliz no Figueirense. Porém, depois disso, não tive propostas para voltar o futebol europeu. Acho, às vezes, que o futebol brasileiro parou um pouco no tempo, tanto que não revelamos mais tantos craques como antigamente”, revela o jogador.
FUTEBOL GUARULHENSE
Mazola conta que acompanha o futebol de Guarulhos até por conta da família, e espera mais engajamento das empresas do município para que o futebol possa crescer. “Sempre que posso estou envolvido em alguma ação e acompanho, sim, o futebol de Guarulhos. Meu sogro se envolve bastante com essas questões e, por isso, a família toda acaba ajudando. O futebol de Guarulhos tem tudo para evoluir, porém falta investimento. Acredito que as empresas da cidade poderiam se envolver mais”, lamenta o atacante.
SEQUÊNCIA DA CARREIRA
Nessa temporada, o Juventus foi eliminado nas Quarta de Final do Campeonato Paulista da Série A-2 e caiu na primeira fase da Copa Paulista. Assim, o atacante diz que está aberto a propostas, mas ainda não tem nada certo para a próxima temporada.
“Esse ano eu queria ficar perto da minha família. Fiquei muito tempo jogando fora do país, depois teve a passagem pelo Irã em um momento complicado na política daquele país. Além disso, tive um problema de saúde na família e, depois, veio a pandemia. Agora estou aberto a propostas. Já recebi algumas sondagens, mas até agora nada de concreto para a próxima temporada”, finalizou o atacante guarulhense, Mazola.