Venda por relacionamento é caminho para a independência financeira

Um estudo realizado este ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ) demonstrou que a população feminina representa a maioria dos desempregados no país, que hoje acumula o número de 11,9 milhões de pessoas. O que indica cerca de 6,5 milhões de mulheres sem trabalho e mais de 3,4 milhões de trabalhadores desempregados há mais de dois anos.

As mulheres também estão entre as que mais afetadas pelas mudanças causadas pela covid-19. De acordo com a ONU, duas em cada cinco sentiram o impacto negativo da pandemia na sua saúde mental, pois, com o isolamento social, precisaram conciliar trabalho remoto, atividades domésticas, cuidados com os filhos e restrições de mobilidade. Segundo uma pesquisa realizada pela USP, 40,5% das brasileiras apresentaram sintomas de depressão durante o período. Além disso, a ONU Mulheres indicou que 45% das entrevistadas para um estudo da organização declararam ter sido vítimas de violência desde o início do distanciamento social.

Em contrapartida, a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD) demonstra que o mercado de venda por relacionamento segue aquecido. Mesmo diante do cenário desfavorável de pandemia, o país segue entre os Top 10 do mercado mundial da categoria – ultrapassando mais de 4 milhões de empreendedores – desse total, 57,8% são mulheres.

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O segmento vem mudando vidas de milhares de brasileiras. Em 2022, a Avon revelou em uma pesquisa global realizada em parceria com a Ipsos, empresa especializada em pesquisa e inteligência de mercado, os benefícios do modelo de negócio para suas Representantes da Beleza. O levantamento, intitulado Ganhos Mensuráveis (do inglês Measure Gains), demonstra que pelo menos 45% das entrevistadas afirmaram que já não dependem financeiramente de outras pessoas graças ao trabalho realizado com a marca. Já outros 60% disseram que, com a atividade, mudaram para melhor a sua percepção sobre objetivos, sonhos e ambições que uma mulher pode alcançar com o acesso a oportunidades de renda, estudo e desenvolvimento de habilidades. Além disso, 68% delas acreditam mais no próprio potencial para atingir grandes objetivos e 50% tem mais amigos e conhecidos graças ao trabalho.

Esse é o caso de Elisete de Fátima Silva, Representante da Beleza Avon há dezessete anos. Moradora do bairro Jardim Cumbica, em Guarulhos, sua trajetória na companhia começou quando ficou desempregada após a empresa em que trabalhava falir. Sem conseguir outro emprego, a profissional entrou em um estado depressivo, segundo seu próprio relato. No entanto, uma nova oportunidade surgiu quando decidiu fazer parte da maior força de vendas da multinacional de cosméticos. Hoje, a atividade é a sua maior fonte de ganho financeiro e contribuiu significativamente para a melhora da sua saúde mental e para a conquista de objetivos. “Com a renda que obtive com a Avon, consegui economizar o suficiente para visitar meu filho, que mora em Londres. Eu não o via há mais de dois anos. Além disso, sair e interagir com os clientes me ajuda a deixar a tristeza de lado”.

Para realizar suas vendas, Elisete utiliza o WhatsApp para entrar em contato com os consumidores e enviar a revista digital. Segundo ela, as ferramentas digitais contribuem para aumentar os pedidos, pois conseguem abranger mais pessoas. A prática, conhecida como social selling, otimiza a interação com os clientes graças as facilidades do on-line, incluindo a ampliação das possibilidades de vendas para outras localidades – uma tendência entre os empreendedores do setor. Segundo a ABEVD, 54% realizam suas vendas de forma on-line. A organização também pontua que prática contribui para a democratização do e-commerce por meio de uma pessoa física, que envia um link para a compra para o cliente. No entanto, o relacionamento com o consumidor é essencial. Sem esse engajamento, não há venda.