Psicóloga orienta pais de adolescentes que vão prestar Enem

Provas serão nos dias 13 e 20 de novembro

Com quase 20 anos de experiência clínica, Carina Pirró é psicóloga e especialista em medicina comportamental.
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Com quase 20 anos de experiência clínica, Carina Pirró é psicóloga e especialista em medicina comportamental.

Com mais de 20 anos de prática clínica, a psicóloga e especialista em medicina comportamental Carina Pirró já viu muitos pais aflitos com os filhos adolescentes. São muitos desafios, mas o mais importante, aquele que pode definir o destino dos jovens, acontece no final do terceiro ano do Ensino Médio com dia e horário marcados: prestar Enem e vestibular . Como os pais devem se comportar? É hora de cobrar ou acolher?

O primeiro passo, segundo Carina, é refletir. “Muitos pais me procuram porque não sabem direito como ajudar os filhos e, antes de sair dando dicas, gosto de lhes perguntar: como você está se sentindo? Como anda a relação de vocês? Quanto você acompanhou até hoje os questionamentos e incertezas do adolescente frente às escolhas profissionais?”.

As respostas que a psicóloga ouve, na maioria das vezes, indicam que a relação entre pais e filhos não comporta uma atitude de tentar ajudar quando o diálogo se perdeu e se está em conflito. Nestes casos, restabelecer a relação é fundamental. “Demonstrar o desejo genuíno de estar à disposição para ajudar e perguntar ao jovem de que forma prefere que isso seja feito”, orienta a especialista em medicina comportamental.

Outro ponto a ser analisado é o papel que os pais esperam desempenhar ao lado de seus filhos. Se a intenção de ajudar não for bem analisada pelos pais, podem acontecer conflitos com o adolescente. “Se o pai ou mãe não reflete sobre as suas motivações, corre-se o risco de termos pais criticando de forma velada a escolha profissional do jovem ou influenciando, ainda que de forma inconsciente, o adolescente a realizar o sonho dos próprios pais”, alerta Carina.

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“O vestibular é um momento que pode gerar muita ansiedade. Os adolescentes não só estão sendo testados em seus conhecimentos acadêmicos, como também precisam lidar com a pressão por resultados, cumprimento de prazos, planejamento de tarefas diárias e ainda decidir seu futuro profissional. E, convenhamos, não é uma tarefa nada fácil”, reflete a psicóloga.

Sintomas físicos como taquicardia, sudorese e insônia podem ser sinais físicos de o jovem esteja sofrendo com a cobrança desta fase. A primeira recomendação da especialista em medicina comportamental é que os pais sigam atentos  e busquem ajuda profissional caso os sintomas atrapalhem o desempenho nas atividades.

“No que se refere às emoções, oferecer a escuta é sempre muito positivo. Demonstre ao seu filho o quanto se interessa em participar e ajudar neste momento, e promova espaços de trocas. Os pais, muitas vezes, têm informações preciosas de características do filho que podem ajudá-lo a pensar sobre possibilidades profissionais”, orienta Carina. 

Pensando na rotina de estudos, os pais podem ajudar bastante. “O bom senso para que a cobrança não seja excessiva é importante. Hoje sabemos que a prática de atividade física, a nutrição saudável, o relacionamento social e o sono são pilares que podem ajudar na regulação dos sintomas de ansiedade. Na medida do possível, combine com o jovem uma agenda equilibrada que inclua esses itens”, finaliza a psicóloga.