A Michelin anunciou nesta semana que irá encerrar gradualmente as atividades de sua unidade em Guarulhos, na Grande São Paulo , até o final de 2025. A fábrica, que produz principalmente câmaras de ar para pneus de motos e bicicletas, pneus industriais e produtos semiacabados, emprega atualmente cerca de 350 pessoas .
Em nota enviada ao Portal iG , a companhia justificou a decisão alegando uma supercapacidade de produção no Brasil, consequência da entrada crescente de produtos importados da Ásia, que chegam ao país muitas vezes abaixo do custo de fabricação local. Segundo a Michelin, a concorrência desleal impactou fortemente o segmento de câmaras de ar, inviabilizando a continuidade das operações na planta paulista.
A empresa afirmou ter estudado diversos cenários antes de tomar a decisão e classificou o fechamento como uma “última alternativa”. O CEO da Michelin América do Sul, Hervé Le Gavrian, destacou que a medida não está relacionada ao desempenho da equipe local.
“Gostaria de destacar o incontestável engajamento da equipe de Guarulhos, em todas as suas funções”, declarou, ressaltando o compromisso em oferecer apoio individualizado aos colaboradores durante a transição.
De acordo com a nota, a Michelin está negociando com o sindicato um pacote social para os trabalhadores impactados, que inclui compensação financeira e orientação profissional, indo além do que determina a legislação brasileira. A multinacional também garantiu que cumprirá todos os contratos firmados com clientes durante o processo de transição.
Apesar do encerramento da unidade em Guarulhos, a Michelin reafirmou seu compromisso com o Brasil, onde mantém oito sites industriais e mais de 8 mil empregados em estados como Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, atuando em toda a cadeia produtiva, da pesquisa em heveicultura até a reciclagem de pneus.
Confira a nota na íntegra:
"Michelin América do Sul anuncia o encerramento das operações no site de Guarulhos (São Paulo), de forma gradual até o fim de 2025. A unidade produz, principalmente, câmaras de ar para pneus de motos e bicicletas, pneus industriais e produtos semiacabados.
Alinhada ao valor de respeito às pessoas, a prioridade do Grupo é fornecer apoio individual a cada um dos 350 colaboradores afetados, através de um pacote social que inclui apoio financeiro e um serviço de orientação profissional. Essa proposta, que vai além do que exige a legislação, foi apresentada ao sindicato e encontra-se em negociação.
A decisão é resultado de uma supercapacidade de produção gerada a partir da entrada expressiva de produtos importados da Ásia, que muitas vezes chegam abaixo do custo de produção local, impactando fortemente o segmento de câmaras de ar para pneus de motos e bicicletas.
Diversos cenários foram estudados para solucionar esta situação, porém as tendências de mercado não apontam perspectiva de mudança. Nesse contexto, infelizmente, nenhuma das opções analisadas se mostrou factível ou sustentável para a continuidade das operações. A decisão de encerrar as atividades foi tomada como último recurso.
“Quando tomamos decisões difíceis como esta, reafirmamos nosso valor de respeito às pessoas. Nesse momento, gostaria de destacar o incontestável engajamento da equipe de Guarulhos, em todas as suas funções. Esta decisão, de forma alguma, está relacionada ao desempenho desse time. A empresa está extremamente comprometida em realizar uma escuta ativa e oferecer apoio personalizado às equipes internas durante todo o processo. Nós também garantimos o cumprimento de nossos compromissos com todos os nossos clientes nesse momento de transição,” afirma Hervé Le Gavrian, CEO da Michelin América do Sul.
A Michelin reforça o seu comprometimento com o Brasil, onde possui o ciclo completo da produção, desde a pesquisa em heveicultura até a reciclagem de pneus. Atuando fortemente com seus mais de 8.000 colaboradores e seguindo com as suas operações no Amazonas, na Bahia, no Espírito Santo, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo."