Motoristas com sintomas ou suspeita da Covid-19 utilizam o drive thru do hospital de campanha no Parque Cecap, cuja capacidade é de 71 leitos
Ricardo Filho -IG Guarulhos
Motoristas com sintomas ou suspeita da Covid-19 utilizam o drive thru do hospital de campanha no Parque Cecap, cuja capacidade é de 71 leitos


O número de mortos por Covid-19 saltou de 164 para 171, segundo o Boletim Epidemiológico divulgado na noite de segunda-feira(18) pela Secretaria Municipal da Saúde. Apesar de não haver testagem das pessoas com sintomas, o número de contágios sobe e assusta a população. No sábado (16), Guarulhos computava 1.304 casos de pessoas infectadas pela doença. Na apuração de segunda esse número foi a 1.356.

Apesar da tendência de alta da pandemia e da baixa adesão ao isolamento social –  48% no sábado e 52% no domingo – Guarulhos descarta medidas mais restritivas de circulação das pessoas, como a implantação de um lockdown (que é o bloqueio quase total do comércio e de atividades presenciais, com raras exceções) em todo o município.

“Neste momento, a Prefeitura ainda não estuda a implantação de lockdown”, informou o governo por meio de sua assessoria de imprensa. A administração afirma ainda que faz  avaliações diárias sobre o cenário da Covid-19  e que novas decisões “dependem da evolução da doença no município, assim como da ocupação de leitos de UTI”.

No boletim de segunda, a Saúde confirmou a morte de cinco homens, com idades entre 40 e 76 anos, e de duas mulheres, de 94 e 95 anos, que ocorreram nos meses de abril (3 óbitos) e maio (4). A cidade, que já descartou 2.572 casos para a doença, ainda investiga outros 1.970, de 5.898 notificados, e 104 óbitos, de 360 suspeitos, sendo que 85 foram descartados.

Descaso

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Guarulhos está em quarentena desde  19 de março. Ao longo de abril e maio a prefeitura adotou novas medidas para conter o avanço do coronavírus, como a limitação do número de pessoas no interior de estabelecimentos comerciais, higienização de carrinhos nos supermercados, oferecimento de álcool em gel nos estabelecimentos e feiras livres (que também tiveram de alargar o corredor entre as bancas), obrigatoriedade do uso de máscara nos transportes públicos e recomendação para uso da proteção ao sair de casa, entre outras ações.

Contudo, predomina a falta de conscientização da população e de fiscalização. Nas regiões mais distantes do centro as pessoas continuassem a manter as práticas anteriores à do isolamento. É comum encontrar lava-rápido, adegas, bares, lojas de segmentos variados abertas por toda parte, inclusive a poucos metros da prefeitura, no Bom Clima. A situação piora em bairros mais afastados, nos arredores do aeroporto, como jardim Seródio, São João, Lenize e, mais à frente, no Bairro dos Pimentas e Bonsucesso.

Hospitais

Esse descaso da população com a pandemia e o engessamento da prefeitura com relação a tomada de uma decisão mais restritiva pressionam os equipamentos de saúde em toda a cidade. Nos hospitais municipais, a taxa de ocupação dos leitos de UTI destinados à Covid-19 teve um salto de 57,69% para 73,08%, enquanto que nos hospitais estaduais, que estavam superlotados, dois leitos ficaram vagos, o que representa uma taxa de ocupação de 95%. Com isso, a média de ocupação de leitos de alta complexidade subiu de 83,33% para 86,36%, enquanto que a de leitos clínicos caiu de 66,67% para 63,77%.

No Centro de Combate ao Coronavírus (3C-Gru) dos 71 leitos disponíveis para tratar pessoas com suspeita da doença, 36 estão ocupados, sendo 12 de alta complexidade. Além disso, outras três pessoas estão em observação no local, onde foram registradas cinco altas e um óbito – de uma mulher de 63 anos.

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