Colombianos acampados em Guarulhos
Colombianos En Brazil/Reprodução/Facebook
Colombianos vieram para Guarulhos porque os voos para sua terra natal partem daqui

O Ministério Público Federal em São Paulo convocou reunião virtual para a próxima quarta-feira (27) a fim de tentar solucionar o caso dos cerca de 180 colombianos acampados no Aeroporto Internacional de São Paulo / Guarulhos, em Cumbica, que esperam por um voo que os leve de volta à sua terra natal.

O anúncio da convocação foi feito no domingo (24) por meio de nota do MPF-SP. Foram convocados representantes do consulado e da embaixada da Colômbia, do Ministério das Relações Exteriores, da concessionária GRU Airport, da delegacia especializada da Polícia Federal no aeroporto e da Prefeitura de Guarulhos. A reunião está marcada para quarta-feira (27), às 14h.

“O MPF buscará, nessa reunião emergencial, uma solução que garanta os direitos humanos dos colombianos acampados no Aeroporto Internacional de Guarulhos”, afirma o procurador da República Guilherme Rocha Göpfert. “Estamos confiantes que chegaremos a um bom termo para essa crise humanitária em meio a pandemia da Covid-19”.

Acampamento

O próprio MPF abriu procedimento para acompanhar a situação desses cidadãos, que não conseguem voltar para seu país de origem e estão acampads no Aeroporto de Guarulhos há aproximadamente 15 dias. São imigrantes que, devido à pandemia, perderam suas fontes de renda ou estão preocupados com o avanço da Covid-19 no Brasil, além de turistas cujos voos foram cancelados. Vindos de diversas partes do país, eles se reuniram no aeroporto porque é de lá que saem os aviões para Bogotá, a capital colombiana. Segundo relatos, vários já tentaram outras opções, como ônibus, ma na conseguiram liberação de entrada naquele país.

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Colombianos

Ainda de acordo com os colombianos que estão no aeroporto, as autoridades da Colômbia no Brasil estão cobrando mais de US$ 400 (cerca de R$ 2,2 mil) por pessoa para providenciar um voo fretado e pagar as despesas com acomodação e alimentação do grupo em Bogotá durante a quarentena de 14 dias, obrigatória para qualquer um que entre no país durante a pandemia. Incapazes de pagar esse valor, as pessoas permanecem vivendo nos terminais em condições precárias que impossibilitam o isolamento social. Para evitar contágio pelo novo coronavírus, os acampados contam com máscaras e álcool gel, muitas vezes fornecidos pela concessionária, e medem regularmente a temperatura em termômetros disponibilizados no aeroporto para todos os viajantes.

Consulado

O governo colombiano, por meio de seu consulado, em São Paulo, divulgou nota em que afirma que organizou três vôos de retorno a compatriotas que estavam no Brasil. De acordo com o comunicado, as autoridades da Colômbia já organizaram três voos (um dos quais pago por uma agência de viagem para turistas que tinham passagens compradas e não conseguiram embarcar). Esse voos anteriores transportaram, de acordo com a nota, 346 pessoas.

O consulado afirma ainda que foi avisado da existência de um grupo pequeno de concidadãos no dia 17. Os colombianos acampados no aeroporto estavam solicitando retorno ao país por voo humanitário, sem nenhum custo, e que diante do cenário de pandemia a repatriação gratuita não seria possível. O Consulado lembra que no início da reivindicação havia um grupo pequeno composto por 21 pessoas que passou a ser de 46, 86 e agora está em 180 pessoas. O governo colombiano afirma, na nota, que a maioria desses concidadãos tem residência em São Paulo ou tem local onde passar a noite. Também informa que tentou negociar  a ida dessas pessoas para abrigos em Guarulhos e São Paulo, mas que a oferta foi recusada.

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