A ampliação do aterro sanitário da CDR Pedreira no bairro Cabuçu tem gerado, desde 2018, críticas da população local.
Divulgação/CMG
A ampliação do aterro sanitário da CDR Pedreira no bairro Cabuçu tem gerado, desde 2018, críticas da população local.

A ampliação do aterro sanitário da CDR Pedreira no bairro Cabuçu tem gerado, desde 2018, críticas da população local, que vive em uma área de proteção ambiental diretamente afetada pelo empreendimento. Com a liberação da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo-Cetesb, a obra já está em fase de instalação. Diante das denúncias de irregularidades dos moradores, o presidente da Comissão Permanente de Defesa do Meio Ambiente da Câmara de Guarulhos, vereador Edmilson (PSOL), convocou uma audiência pública no bairro, no último dia 17, para que vereadores e munícipes pudessem discutir o tema.

“Sempre existiu uma luta desta população para que o aterro sanitário não fosse implantado na região, os problemas aqui relatados foram alertados antes da aprovação do empreendimento”, afirmou Edmilson. “A obra foi liberada como ampliação de um terreno existente, o que não é verdade, é um novo empreendimento”, acrescentou.

Durante a reunião, os moradores relataram uma série de impactos negativos causados pela obra. Entre os problemas, estão excesso de poeira, barulho, mau cheiro, desmatamento, desaparecimento de nascente, desequilíbrio na fauna e aparecimento de rachaduras nas casas. Robson Araújo, que mora a 40 metros das obras, é um dos mais afetados. “Nos disseram que ficariam distantes, 300 metros das casas, não cumpriram, faço protestos, entro na frente das máquinas, aí ameaçam chamar a polícia, seguranças; invadiram minha casa duas vezes, fiz boletins de ocorrência e afirmam que o terreno, onde vivo há 30 anos, é deles”, relatou.

A bióloga Daniele Coutinho, integrante da Associação Chico Mendes, também é moral naquele bairro e relata as irregularidades cometidas pela empreiteira. “Já que o empreendimento é uma realidade, é preciso ao menos garantir que as contrapartidas exigidas para o licenciamento ambiental sejam cumpridas na prática, que as autoridades fiscalizem as obras; exigimos, na condição de moradores, que o rito ambiental de licenciamento seja efetivamente cumprido”, afirmou Daniele.

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O vereador Geleia Protetor (PSDB), que integra a base do governo municipal, não se absteve, fez críticas à Prefeitura e ao Governo do Estado e se colocou à disposição dos moradores. “Podem contar comigo, estou junto dos moradores para tentar resolver todos estes problemas, pois a empresa está errada, a prefeitura fechou um olho e a Cetesb fechou o outro”, criticou.

Ao final da audiência, Edmilson falou sobre os próximos passos deste movimento: ”Vamos tentar marcar uma reunião dos moradores com o prefeito Guti; vamos cobrar da Cetesb em relação ao cumprimento das exigências prévias para o licenciamento das obras; pediremos à Secretaria Municipal da Saúde que verifique o relato de aumento de doenças respiratórias e que analise a água da região, abastecida por poços artesianas, que tem diminuído e deve estar contaminada.

Segundo Edmilson, ofícios também serão enviados ao Ministério Público Federal, à Defensoria Pública do Município e à Veolia, empresa responsável pela CDR Pedreira e que não compareceu à audiência.

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