
Interpretar Elvis Presley exige muito mais do que vestir as roupas chamativas que marcaram a imagem do cantor. Requer profissionalismo, investimento alto e dedicação para manter em voga a figura emblemática do artista e as músicas que gravou.
Um dos covers mais famosos do Brasil, Fabiano Custódio, o ''Elvis de Guarulhos' ', sabe que uma das características mais marcantes do ídolo - as roupas - são fundamentais nas performances. Tanto que muitas que utiliza foram feitas pelo mesmo fabricante que forneceu as vestimentas ao famoso cantor. Cada peça custa até R$ 3 mil.
E o aspecto extremamente profissional do negócio se revela também na preocupação, claro, com a música. Por isso, o Elvis da Grande São Paulo procura por um guitarrista.
Em entrevista ao Portal iG, Fabian Presley, nome artístico de Fabiano, deu detalhes dos bastidores de quase duas décadas trabalhando em nome da memória do artista, que teria 90 anos de idade se estivesse vivo - ainda que, na lenda popular, ele circula entre nós, em algum lugar do planeta.
Começou numa festa de aniversário
Fabiano elege o período entre 1970 a 1977 como a fase preferida para interpretar Elvis.
Foram os últimos anos de vida do cantor, quando ele priorizou shows em arenas, estádios dos Estados Unidos. E também em alguns hotéis, nos quais a performance era precedida de requintados jantares.
Nessa fase, Elvis adotou os figurinos icônicos que ainda marcam a sua imagem. Eram as chamadas jumpsuits, vestimentas possuíam vários significados.
Enalteciam a famosa águia norte-americana. Outras faziam referência ao povo indígena dos Estados Unidos. E muitas eram inspiradas no karatê, esporte praticado pelo artista.
A suntuosidade de pedras preciosas, anéis e colares era o pano de fundo para as interpretações ao vivo de obras importantes para a música universal, como My Way. E canções compostas por autores nem sempre conhecidos do grande público viraram clássicos na voz de Elvis, que não compunha, apenas interpretava.
Fabian Presley se dedica a esse período da vida de Elvis desde que viu uma apresentação que imitava o cantor, em 2006, na festa de aniversário dos 71 anos do artista.
“Fazer um tributo a Elvis exige muita responsabilidade e fidelidade ao repertório das canções que ele executava. São músicas diferenciadas, que exigem um pouco mais de conhecimento musical”.
Roupas escolhidas a dedo e agenda cheia
Algumas das roupas usadas em seus shows vêm diretamente de Indianápolis, produzidas pelo mesmo fabricante que vestiu Elvis.
“Hoje, no Brasil, sou o cover com o maior número de peças de vestimentas de Elvis Presley”, afirma com orgulho.
Outras roupas são confeccionadas por modistas brasileiras especializadas em trajes do cantor, com quem Fabiano trabalha há anos.
Os adereços exigem lavagem especial, que custa, em média, R$ 200 por peça.
Este ano, a agenda ganha ainda mais significado neste mes de agosto, quando completam-se 48 anos da morte de Elvis Presley.
E se Elvis deixou marcas na cultura como um todo, as cerca de 700 músicas gravadas por ele foram o seu legado principal.
Por isso, Fabiano está em busca de um novo guitarrista para a banda.
“O guitarrista é uma peça muito importante no som do Elvis, então preciso ter mais profissionais ensaiados para compor minha equipe”.