Colombianos tomam café no Flamengo
Divulgação/Conectados do Terceiro Setor
Grupo que está há 20 dias acampado em Cumbica recebeu café e banho nas instalações do Flamengo de Guarulhos

Cerca de 200 colombianos acampados no terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, deverão participar de atividade voltada à aspectos psicológicos, palestras motivacionais e lazer neste final de semana. A iniciativa é do grupo Conectados do Terceiro Setor, que reúne ONGs com atuações sociais variadas, e que acompanha o drama das famílias que aguardam uma sinalização do governo da Colômbia para retornar ao seu país de origem.

Os colombianos estão em Cumbica aguardando um vôo de retorno há cerca de 20 dias. A saída deles do Brasil está relacionada à pandemia de coronavírus quando muitos perderam emprego ou foram desejados de suas casas e afirmam não ter condições financeiras de permanecer no país.  O governo da Colômbia, entretanto, só autoriza o retorno sob algumas condições e mediante o desembolso de cerca de US$ 400 (R$ 2,2 mil) valores referentes às passagens e hospedagem para cumprir quarentena em Bogotá – somas que o grupo afirma não ter condições de arcar.

Segundo Ricardo Martins, da ONG Olhar de Bia, uma das entidades que compõe o Conectados do Terceiro Setor, além do vôo de retorno que ainda não foi negociado, “o que eles precisam agora é de suporte emocional porque a espera traz um desgaste [psíquico] muito grande às famílias”. Além de Programação Neurolínguística epalestras motivacionais (para trazer equilíbrio), prevista para o domingo (7), também haverá atividades de lazer e diversão para as crianças.

Na quarta-feira, o Associação Atlética Flamengo recebeu o grupo no estádio Antônio Soares de Oliveira, no Jardim Tranquillidade, e ofereceu banho de chuveiro e um café da manhã reforçado preparado por voluntários e funcionários do clube. Os colombianos têm feito a higiene pessoal nas pias dos banheiros do próprio aeroporto, de forma precária, uma vez que não podem pagar pelos serviços oferecidos pelo empreendimento.

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Entenda

De acordo com o grupo instalado no aeroporto, as autoridades da Colômbia no Brasil estão cobrando cerca de US$ 400 (cerca de R$ 2,2 mil) por pessoa para providenciar um voo fretado e pagar as despesas com acomodação e alimentação do grupo em Bogotá durante a quarentena de 14 dias, obrigatória para qualquer um que entre no país durante a pandemia. Incapazes de pagar esse valor, as pessoas permanecem vivendo nos terminais em condições precárias que impossibilitam o isolamento social. Para evitar contágio pelo novo coronavírus, os acampados contam com máscaras e álcool gel, muitas vezes fornecidos pela concessionária, e medem regularmente a temperatura em termômetros disponibilizados no aeroporto para todos os viajantes.

Consulado

O governo colombiano, por meio de seu consulado, em São Paulo, divulgou nota em que afirma que organizou três vôos de retorno a compatriotas que estavam no Brasil – um dos quais pago por uma agência de viagem para turistas que tinham passagens compradas e não conseguiram embarcar). Esse voos anteriores transportaram, de acordo com a nota, 346 pessoas.

O consulado afirma ainda que foi avisado da existência de um grupo pequeno de concidadãos no dia 17. Os colombianos acampados no aeroporto estavam solicitando retorno ao país por voo humanitário, sem nenhum custo, e que diante do cenário de pandemia a repatriação gratuita não seria possível. O Consulado lembra que no início da reivindicação havia um grupo pequeno composto por 21 pessoas que passou a ser de 46, depois de 86 até chegar aos números artuais. O governo colombiano afirma, na nota, que a maioria desses concidadãos tem residência em São Paulo ou tem local onde passar a noite. Também informa que tentou negociar  a ida dessas pessoas para abrigos em Guarulhos e São Paulo, mas que a oferta foi recusada.

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